segunda-feira, 2 de janeiro de 2012

A respeito das rosas


Outro dia olhando um jardineiro, já velho, que cuidava de uma rosa vermelha com um cuidado excessivo em um pequeno jardim, me perguntei:

Como pode um ser humano, em pleno século XXI, o século da parafernália digital/eletrônica, perder tanto tempo com uma coisa tão efêmera como uma rosa?

E pensei:

Que pequenez de alma!

Que insignificância um homem se propõe a ter!

E pensei na minha casa.

4 computadores... 4!!!

Com eles vejo todas as flores do mundo num instante.

Cultivo o jardim que eu quiser... virtual, é certo.

Enquanto aquele jardineiro não sai da mesmice do nascimento daquela ou de outra rosa.

Um ser humano preso aos moldes dos tempos em que existiam almas.

Que existiam flores.

Essas coisas passadas.

Presas na memória dos sensíveis que já fomos.

Fico assustado.

Graças a Deus é apenas um insignificante jardineiro.

Que, com certeza, não ameaça a minha visão tacanha de modernidade.

Nem me obriga a revolver a terra.

À procura dos últimos resquícios da vida sobre ela.

À procura de uma rosa vermelha.

Aquela que ele cultivava com natural humanidade.

TõeRoberto

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