Eu e minha cara-metade Nena somos apaixonados por cachorros... e outros animais.
Isto às vezes incomoda um monte de amigos que frequentam a nossa casa.
Mas, em nome da amizade, eles engolem as lambidas, os pulos no colo, a festa quando chegam à porta da nossa casa.
Até aí tudo bem!
Mas, outro dia, um amigo meu, do peito, que não é qualquer merda na vida; é advogado e jornalista saiu com esta:
"Todas as pessoas que gostam de cachorro do mesmo jeito que vocês precisam consultar um psiquiatra, pois têm sérios problemas mentais".
E me disse ainda:
"Até já dormi com cachorro na minha cama por motivos familiares, mas nunca mais esta porra vai acontecer novamente na minha vida... nem fudendo!".
Fiquei olhando.
Falar o quê?
Ele é uma pessoa extremamente inteligente, formador de opinião, escritor... e tudo mais que há de bom na vida.
Ele deve estar certo, eu errado.
Mas digo uma coisa:
Sou um sujeito que já confiou/acreditou muito na raça humana.
Vivi, sobrevivi, convivi, fiz amizades, alguns desafetos e vou observando de longe o trágico andamento dos seres humanos.
E não sei não.
Meu amigo, como eu disse, pode até estar certo... corretíssimo, mas uma coisa eu digo.
Com o passar dos anos, quanto mais eu convivo com as pessoas mais eu gosto dos meus cachorros.
É inevitável.
Dóceis, animados, amicíssimos, alegres, festivos, graciosos... apaixonados.
E me dirão:
Mas é um animal, a sua irracionalidade, é lógico, o leva a tratá-lo como um ser superior, como um dono, como o único sujeito da vida dele, já que ele não tem opção de escolher outro dono... outro amor.
Concordo, mas este não é o problema.
O problema não é a relação deles para comigo, mas sim a minha relação com eles.
São meus verdadeiros anjos, meus verdadeiros amores!
Entendem a minha linguagem da mesma maneira que eu entendo a linguagem deles.
São fascinantes.
Não os troco por nada.
Que me desculpe o meu amigo do peito.
Os meus cachorros também são os meus amigos do peito.
E não abro mão disto nunca.
Nem que para isto tenha que fazer um tratamento psiquiátrico de 10 anos.
O que não vai adiantar nada.
Porque entre um psiquiatra e os meus cachorros eu fico com os meus cachorros.
Que, com as suas presenças humildes e tranquilas, me fazem entender mais do mundo, das pessoas do que qualquer psiquiatra metido a besta.
Eu amo você de paixão, meu amigo.
Mas também amo os meus cachorros.
Só pra constar.