segunda-feira, 26 de setembro de 2011

Torneios sexuais

Experiências vivas na memória são sempre interessantes de relatar.

Muita gente, às vezes, não gosta disso.

Preferem guardar.

Não gostam de falar de determinadas épocas das suas vidas.

Eu adoro!

Principalmente o que não presta.

E me vem à memória uma coisa que não presta, mas maravilhosa.

Menino, 13/14 anos, Minas Gerais, a sexualidade em plena efervescência; como lidar com isto?

Alguém comeu a prima, outro viu a tia pelada, outro viu o pai comendo a mãe...

Ninguém sabia lidar com essas coisas.

Nem entender nada disso!

Uma loucura!

Meninos mais velhos no meio dos mais novos; gozação, encheção de saco e os famosos torneios sexuais organizados pelos meninos mais velhos e de pinto grande.

Um monte de moleque lado a lado.

A calça arriada, um amiguinho na parada.

Farra pra valer.

Primeiro, o campeonato de tamanho.

O amiguinho passava medindo.

Primeiro mole; depois de tanto ele pegar, duro.

Nem todos endureciam.

Ovacionado o vencedor, era hora da punheta; a 'esporrada' mais longe.

Torcida, risos, vaias.

Sempre fui lamentável em todos os quesitos.

Tanto é que cresci e me tornei o cara que eu conheço mais incompetente com mulher.

Mas nada a ver, só estava lembrando da minha infância.

E agora vou ao banheiro.

Vou bater uma pra ver se alcanço do outro lado do vaso sanitário.

O que eu duvido muito.

Incompetência é doença pra eternidade.

E não tem remédio.

Nem com a ajuda da Sharon Stone.

Ou da Bruna Surfistinha!

segunda-feira, 12 de setembro de 2011

Meu amigo Stefan Mantu, o Piga

Hoje estava me lembrando de quando, em 1980, me mudei pra Vila Moraes, em São Paulo.

Estávamos em pleno regime militar, sob o comando do Gal. João Baptista Figueiredo, o último dos fardados a comandar o Brasil.

E fui cair justamente no meio do turbilhão político da década de 80, com as greves dos metalúrgicos do ABC em 1979 e 1980.

E no meio da fundação do PT, em 10 de fevereiro de 1980.

E lá conheci muitas pessoas que, de uma maneira ou de outra, participavam ou conviviam com quem participava do movimento sindical.

Entre eles o meu grande amigo - grande nos dois sentidos: como pessoa e no tamanho; mais de 1,90 m - Stefan Mantu -, o Piga.

O grandão doce, militante apaixonado pelo movimento sindical.

O sujeito que se ferrava pessoalmente pela sua participação no movimento e estava sempre na cabeça das listas negras dos patrões do ABC.

E batalhava pela edição do Jornal "O Trabalho", representante da classe trabalhadora.

Eram festas e festas em sua casa, pra arrecadar fundos para a manutenção do Jornal.

E lá, no meio do agito da militância política, a música corria solta.

O Grupo Acordel, do qual ele participava, e que lançou o disco Acordel, faz parte do acervo musical da boa música de São Paulo.

Arte de primeira linha.

E no meio das discussões políticas - nós, teóricas; ele, na prática - costumávamos atravessar as noites cantando, bebendo, rindo, chorando, brigando... e aprendendo, o que era mais importante.

E nos reuníamos no Boteco da Piranha na Consolação, em sua casa, na casa de outros amigos, no meu apartamento e fazíamos muita poesia... muita música, num tempo em que tudo parecia estéril, onde nada crescia, nada vingava, dada a permanente escuridão em que o Brasil estava mergulhado desde 1964.

E nestas rodadas noturnas conheci muitas pessoas.

Sua esposa Roseli, depois Isa; suas filhas Juliana, Cris e Mariana; Dalva, Sônia, Luiz, Marina, Marlena, entre outros.

O meu amigo compositor, Efraim; Inez, sua esposa; seus filhos Juninho, Claudinha, Carminha e Fabinho; seus irmãos, Adinho e Laurinho.

Com ele compus, como letrista, diversas músicas e fundamos o Grupo Violação, grande vencedor de festivais.

Plínio, Jorge, Cidinha, Goiás Brasil que participaram do Grupo Violação.

E muitos outros dos quais não me lembro agora ou já esqueci o nome, já que se passaram quase 30 anos.

Um tempo importante na minha vida.

E eu me lembrei desse tempo e me deu vontade de registrar.

E fiquei com saudade do meu amigo Piga.

Da sua voz doce ao violão, do seu sorriso tranquilo e dos tempos que éramos todos jovens.

E ainda acreditávamos num grande futuro para a gente sofrida do Brasil.

E achávamos que o PT nos levaria ao paraíso.

Sem a menor ideia de que viveríamos no purgatório.

Com a cara no chão!