segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Fatalismo

Gente com menos de 30 anos não vai entender o que vou dizer.

Os com mais de 30 não vão concordar.

Os comunistas vão odiar.

É o seguinte: eu acredito em fatalismo.

Não vou explicar o que é, procure no dicionário ou na internet.

Não tenho dúvidas que a vida de cada personagem já está escrita.

Tanto quanto o histórico político de um país/grupo/tribo.

Assim, simples!

Politicamente posso dizer o seguinte: se um grupo agisse assim, aconteceria isto; se agisse assado, aconteceria aquilo.

Então, a história se faz.

Não tem como mudar, as atitudes foram tomadas.

Era pra ser assim e pronto!

Pessoal: a mesma coisa.

Se eu tivesse ido ao médico na terça talvez não tivesse morrido na quarta.

Não tem como mudar o eu não ter ido ao médico.

Era o meu destino, sina.

Todos nós com mais de 30 um dia iremos ao médico - acontece com qualquer idade, só que em menor escala - e receberemos a notícia.

Você ó: top! top! top!

Não tem como evitar isso.

Indo ou não ao médico a maneira como você vai se foder já está agendada.

Porque, lá na frente, não tem como você dizer: ah, se eu estivesse cuidando da minha saúde!

Não era pra você cuidar e pronto!

Não há como controlar o destino.

Não há como mudar o jeito que você vai morrer.

As mudanças no destino dos povos eram pra ser da maneira que aconteceram.

Uma coisa leva a outra.

Uma ação gerar uma reação é tudo absolutamente normal.

A vida como ela é sempre vai ser assim.

Tá escrito e pronto!

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Clarezas

Com quantos olhos eu nasci?

Enxergo tanto que a vida me assusta.

Enxergo de frente, por trás, de lado, pra cima, pra baixo.

Enxergo por dentro, por fora, raso, profundo.

Enxergo o claro, o escuro, a névoa, a penumbra.

Enxergo o silêncio, a mordaça, a omissão, a traição.

Enxergo a alegria, a tristeza, a dor, o prazer.

Enxergo as faltas, os excessos, o horror, o poder.

Enxergo a certeza, o impossível, a mentira, o não ser.

Enxergar dói!

É como abrir os olhos diante do sol.

É como queimar a retina.

E ficar cego de tanta claridade.

Enxergo pelas frestas do ardor da luz.

Enxergo mais do que devo.

Enxergo mais do que posso.

E não posso fazer nada.

Enxergo!

E como dói!

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Poesia é vida!

Outro dia me disseram que sou louco por publicar poesias.

Que poesia tá fora de moda!

Retruco: poesia tá fora de moda, sim, mas fora de moda mesmo é a total ausência de sensibilidade das pessoas para as coisas saudáveis da alma.

O que é moda?

Vídeo da Madonna?

Do Michael Jackson?

Da Britney Spears?

Propaganda da Coca-Cola?

Putaria?

Acho que não!

Isto é simplesmente o domínio do dinheiro sobre o lirismo... a sensibilidade... a poesia.

Fazer o quê?

Criar vergonha na cara e deixar de consumir estas merdas enlatadas dos gringos?

Estou louco?

Não, louco é você que acha que o mundo é assim mesmo!

Que eu tenho que comer na mão dos idiotas e dos endinheirados!

Vá se fuder!

Assista a seu vídeo do U2!

Eu vou ler um poema do Drummond... na rede!

Tomar uma cachacinha!

Pinicar uma violinha

E vou ficar bem agarradinho à minha alma alada.

Se enxerga, ô cara!

O mundo não é só dos imbecilizados!

segunda-feira, 6 de setembro de 2010

Tempos difíceis

Tô aqui às 21 horas, em minha casa, no bairro do Manaíra - Jampa - tomando a minha cervejinha e ouvindo tiros.

Pode-se dizer que o Manaíra é um bairro 'nobre' de Jampa.

Mas não tem jeito, o problema é nacional: educação, distribuição de renda, egoísmo, safadeza, corrupção, falta de vontade, descaso, etc, etc, etc...

A coisa anda feia.

As pessoa enfiam grades nas suas residências, constroem verdadeiras fortalezas, contratam guardas, se prendem em casa, enquanto lá fora - na cidade - os novos donos das ruas fazem a sua festa.

Pagamos de tudo para o governo e temos de volta um serviço de péssima qualidade.

O cidadão comum se retrai.

O espaço das cidades diminui.

Os horários de se estar na rua são cada vez mais restritos.

Já não podemos mais ir à padaria comprar pão.

Ir ao restaurante da esquina.

Ir ao cinema.

Podemos chegar em casa sem a carteira... ou a vida.

Todo mundo reclama... eu também!

Mas o que fazer?

Se também somos responsáveis por essa merda toda.

Nós permitimos que os governos sejam inoperantes em diversas questões, principalmente na distribuição da renda nacional.

E não tente tirar o seu da reta!

Você, como eu, tá atolado até o pescoço.

E cedo ou tarde, pela sua/minha omissão, eles acertam também o nosso.

E fique sabendo: dói pra caralho!

E não tem como desfazer!