sexta-feira, 29 de fevereiro de 2008

O FRUTO

POESIA: SOBRE HOMENS&PÁSSAROS

Engole a boca

com vil deleite
o sonho
do acontecido fruto.

Dos lábios
multicoloridas borboletas
voam.


(Fonte: Poema - Autoria de TõeRoberto)
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quinta-feira, 28 de fevereiro de 2008

NEGÓCIOS&OPORTUNIDADES

CRÔNICAS&CONTOS: SOBRE NÓS&OS OUTROS

- Troca-se Empregado Obsoleto:

- Especificações técnicas:
- Idade: 60 anos.
- Tempo de uso: 28 anos na empresa + 06 fora + 10 sem registro.
- Estado: 1/2 saúde.
- Jornada: Das 08 às 20 horas.
- Salário: R$ 1.600,00.
- Atividade: Especialista - o sabe tudo de quase nada.
- Cor: Moreno.
- Altura: 1,60 ms.
- Vícios: Cigarro/Cerveja.
- Personalidade: Reivindicatório/Politizado/Sindicalizado.

- Por Empregado Globalizado:

- Especificações técnicas:
- Idade: 24 anos.
- Tempo de uso: 03 anos.
- Estado: Saúde 100%.
- Jornada: Das 07 às...
- Salário: R$ 800,00.
- Atividade: Generalista - o sabe nada de quase tudo.
- Cor: Moreno.
- Altura: 1,80 ms.
- Vícios: Academia e Suco De Laranja Com Cenoura.
- Personalidade: Carreirista/Dócil/Maria-Vai-Com-As-Outras.

- Contatar BR&BUSH - Telefone 0800.061.2008, no horário comercial (07 às...)

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- PS: Na versão Empregado Globalizado não trabalhamos com finais de semana, férias de 30 dias, pagamento de horas extras, aposentadoria por tempo de serviço e nem licença-saúde.

(Fonte: Texto - Autoria de TõeRoberto)
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quarta-feira, 27 de fevereiro de 2008

OS POLÍTICOS NATAIS

POESIA: SOBRE HOMENS&PÁSSAROS

Os políticos natais são todos conformados,

todos gordos,
todos loucos,
todos insensatos.

Quanta saliva gastam na reunião dos burros
nos burgos,
quanta saliva gastam.

A bazófia dos políticos natais é incontestável,
mas não contesto a sua fanfarronice
contesto sua ignorância.

Estou cansado de tanta burgodominação
estou burgodominado cansado
de tanto lirismo desperdiçado
de tantas palavras mastigadas
de tanto papel assinado
pelas suas mãos inábeis.

Os burgodominados são todos conformados,
todos magros,
todos sóbrios,
todos sensatos
todos burgueses
todos fregueses da mercearia da esquina
da minha casa.


(Fonte: Poema - Autoria de TõeRoberto)
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terça-feira, 26 de fevereiro de 2008

O BAIXINHO DA KAISER

CRÔNICAS&CONTOS: SOBRE NÓS&OS OUTROS

- Cara, eu bebo cerveja pra cacete!

- Mas beber como aquele baixinho da Kaiser é demais!

- Não é possível, eu tenho algum defeito! Eu só bebo em boteco, acompanhado de macho.

- O baixinho da Kaiser só perde cerveja em aeroporto - ele só bebe com avião.

- E olha que eu sou muito mais bonito que ele!

- O bichinho chega a ser troncho de tão feio!

- Mas tem uma coisa: com aqueles companheiros de cachaça qualquer coisa desce - Kaiser, Nova Skin e até Água de Viado, a Bavária.

- Eu quero tomar uma cerveja com o baixinho da Kaiser!

- Aquilo é que é vida, o resto sou eu tomando cerveja com este monte de macho desnaturado, meus amigos.

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- Eu também quero trabalhar pra Kaiser e quero tomar todas - mesmo sendo Kaiser!

- E com um detalhe: não precisa me pagar, é de graça!

(Fonte: Texto - Autoria de TõeRoberto)
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segunda-feira, 25 de fevereiro de 2008

NÓS OBJETOS

POESIA: SOBRE HOMENS&PÁSSAROS

É de nós que permanecerão os edifícios,

as ruas, a sociedade, a tecnologia;
é de nós que ecoará a sinfonia
dos bruxos, dos duendes, dos demônios.

É de nós que extrairão o sangue quente
pra manter e perpetuar outras vidas,
é de nós que renascerão os templos,
os castelos, pela história esquecidos.

É de nós que saciarão a eterna fome
dos abutres, das hienas, dos mendigos;
é de nós que retirarão a argila
pra fazer um ser moderno do antigo.

É de nós que ecoarão as queixas,
as dores, os lamentos, os castigos;
é de nós que sugarão a doce vida
pra encher de ouro o bolso dos amigos.

É de nós - sim é de nós! - o povo maldito
que planejarão e erguerão a nova terra,
é de nós, os tolos vencidos
que renascerão e se alimentarão as guerras.


(Fonte: Poema - Autoria de TõeRoberto)
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domingo, 24 de fevereiro de 2008

ERREI!

CRÔNICAS&CONTOS: SOBRE NÓS&OS OUTROS

- Nas minhas considerações de anteontem, no parágrafo onde se lê:

- O diabo existe!: desfila sua figura transvestida de fêmea - ruiva, morena, loira, branca, negra - na passarela dos nossos olhos.

- Leia-se: o diabo existe!: desfila sua figura transvestida de fêmea - ruiva, morena, loira, branca, negra e MULATA - na passarela dos nossos olhos.

- Esqueci a mulata, a nossa mistura mais gostosa!

- O orgulho nacional!, o nosso pecado original!

- Na sua figura o diabo se locupleta, o diabo gosta!

- O diabo se diverte!

- O diabo nos tenta!

- Por ela brigamos, perdemos noites de sono.

- Para ela nasceu o carnaval, as passarelas, a escola de samba.

- Na sua presença o mundo se curva, as ilusões se renovam.

- Por ela bebemos, dançamos, suspiramos... por elas sonhamos!

- Sonhamos ser pais, maridos dedicados, amantes em brasa!

- Sonhamos ser reis, artistas famosos, o dono da Microsoft!

- Por ela rastejamos, somos ridículos... baba-ovos!

- Às vezes cantamos, dançamos, fazemos poesias, fazemos loucuras... somos palhaços!

- Por ela pecamos!

- Por ela babamos!

- Até nos matamos!

- E por que não, até escrevemos crônicas!

- E vibramos!

- Pronto, cometi um erro e só queria corrigir uma injustiça.

- E tô indo pra praia!

- Haja coração!

(Fonte: Texto - Autoria de TõeRoberto)
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sábado, 23 de fevereiro de 2008

O MUNDO OCULTO

POESIA: SOBRE HOMENS&PÁSSAROS

Não, não versarei sobre o mundo que vejo

nem sobre o que não vejo
mas tenho consciência existir.

Não, não confundirei a palavra tolo
com o ruído do tijolo
pela parede a subir.

Não, não profanarei as regras da lei
porque a liberdade é bonita
como um tolo, eu sei.


(Fonte: Poema: Autoria de TõeRoberto)
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sexta-feira, 22 de fevereiro de 2008

É VERÃO!

CRÔNICAS&CONTOS: SOBRE NÓS&OS OUTROS

- Meu primo Clovinel, uma "figuraça", exporta sapiência e humor para os seus amigos.

- Me mandou um material de Luis Fernando Veríssimo que, infelizmente, não posso publicar no Made In Brazil.

- O assunto era o verão, o que me remeteu imediatamente à minha teoria sobre esta estação do ano, principalmente no Brasil.

- Assim:

- Você já esteve nalguma praia?

- Nunca?

- Precisa ir para entender a minha teoria.

- Assim: acho que Deus chefia o Brasil no outono, no inverno e na primavera.

- Depois, sai de férias e coloca a plaquinha: sob nova direção, e...

- O diabo assume no verão.

- E o diabo, sabe como é, gosta do que "não presta."

- Não entendeu?

- Faça o seguinte: pegue uma cervejinha, uma cadeirinha bem confortável e sente-se em qualquer praia brasileira, por exemplo: Torres, Bombinhas, Ilha do Mel, Ubatuba, Copacabana, Guarapari, Porto Seguro, Atalaia, Pajussara, Porto de Galinhas, Manaíra, Pipa, Jericoacoara, entre outras e observe.

- O diabo existe!: desfila sua figura transvestida de fêmea: ruiva, morena, loira, branca, negra - na passarela dos nossos olhos.

- Entendeu, agora?

- É impossível não pecar!

- O diabo gosta, o Brasil esquece suas mazelas.

- Viva o pecado!

- Viva uma das únicas coisas em que o Brasil, graças a Deus, ainda é imbatível: o verão.

- É verão, moçada!

- Aqui o diabo não veste Prada, o diabo não veste nada!

(Fonte: Texto - Autoria de TõeRoberto)
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quinta-feira, 21 de fevereiro de 2008

É SEMPRE UM SONHO

POESIA: SOBRE HOMENS&PÁSSAROS

Sobretudo não seremos os vencidos

não seremos os vendidos
sobretudo não seremos passivos.

Sobretudo não haverá cabeças
não haverá códigos
sobretudo não haverá diferenças.

Sobretudo seremos todos homens
com idéias, palavras, sonhos
sobretudo seremos humanos
neste falso país onde eu os ponho.


(Fonte: Poema - Autoria de TõeRoberto)
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quarta-feira, 20 de fevereiro de 2008

SE EU FOSSE DEUS

CRÔNICAS&CONTOS: SOBRE NÓS&OS OUTROS

- Se Eu fosse Deus começaria tudo de novo!

- A coisa não tem mais jeito. A continuar assim a minha tão perfeita criação vai se extinguir.

- Primeiro Eu arrumaria um jeito - não se esqueça que sou Deus - de sumir com esta praga que tomou conta do planeta: nós!

- Sei lá: arrumaria uma prisão-escola numa galáxia distante e colocaria todos nós lá, para que Eu pudesse ficar em paz para dar um jeito de arrumar a bagunça que está aqui embaixo.

- A bagunça é tão grande que, mesmo sendo Deus, Eu iria demorar um bocado de tempo pra colocar tudo em ordem.

- Vejamos:
A) - diminuir as cidades; devolver aos seus lugares primitivos os rios, os lagos, as montanhas; devolver aos seus lugares as plantas, as flores, os frutos, as aves, os animais, os peixes, as chuvas; verdejar os desertos, refazer as geleiras; refazer o verão, o outono, o inverno e a primavera; despoluir os rios, os mares, o ar, o solo; desaparecer com elementos naturais que Eu criei inadvertidamente: tipo urânio, ouro, diamante, prata, entre outros; desaparecer com políticos, empresários corruptos, os senhores da guerra e da fome; sumir com coisas que possam lembrar, poder, riqueza e cobiça.

B) - Devolver ao planeta as serenatas, a poesia, o modo simples de ser; devolver o contato com a natureza; o céu azul, os luares, os pores-de-sol; aquela pescadinha nas manhãs de domingo; aqueles passeios e namoros na pracinha da igreja, à noite, sem medo; aquele joguinho de futebol no campinho da rua de cima; aquela nadadinha no poço do Seu Delorenzo, no riozinho da pequena comunidade.

C) - Devolver as hortinhas de fundo de quintal, o porquinho no chiqueiro, as galinhas no galinheiro, a cisterna de água límpida e - se um pedacinho a mais de terra - aquela vaquinha leiteira.

D) - Devolver a cortesia, a educação: Bom-dia!, fulano. Boa-tarde!, sicrano. Boa-noite!, beltrano.

E) - Devolver a pureza e a educação aos jovens; a graça e a esperança aos velhos; devolver o prazer de pitar , sem culpas, aquele inocente cigarrinho de palha que sempre fez parte da nossa vida; devolver a virtude, a piedade, a compaixão, a amizade e a bondade aos nossos corações insensíveis.

- Isto como primeiro passo. Aí Eu descansaria 07 dias e tiraria, dessa vez, a costela de Eva e nos reinventaria de novo.

- Aí Eu pensaria mais 07 dias antes de trazer a praga de volta.

- Se Eu fosse Deus sonharia com isto todos os dias.

- Apenas sonho, porque sei que mesmo sendo Deus, salvar a minha criação é uma tarefa para o Deus que está acima de mim, o Deus das causas perdidas, o Deus que, de vez em quando, me puxa as orelhas por Eu ter criado o predador que está destruindo a minha própria obra-prima.

- Se Eu fosse Deus pensaria nisto.

- E acho que deixaria a praga na prisão-escola da galáxia distante por pelos menos uns 20 séculos.

- Tempo para que tudo voltasse ao normal.

(Fonte: Texto - Autoria de TõeRoberto)
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terça-feira, 19 de fevereiro de 2008

O CONFORMISMO

POESIA: SOBRE HOMENS&PÁSSAROS

Tenho amor ao meu governo

porque tenho o que comer
o que beber, o que amar.

Se como, se bebo, se amo

e com isso sou feliz
pra que vou querer pensar?


(Fonte: Poema - Autoria de TõeRoberto)
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segunda-feira, 18 de fevereiro de 2008

O ADVOGADO

CRÔNICAS&CONTOS: SOBRE NÓS&OS OUTROS

- Só pra registrar!

- Você já imaginou um advogado advogar sem uma secretária e sem saber datilografia?

- O advogado Tãozinho!

- Sempre de pijama, quando dentro de casa, à espreita da próxima vítima. Eu mesmo fui vítima diversas vezes.

- Ei menino, cê sabe datilografia?

- Sei sim, sinhô!

- Então entra aqui e faz um negocinho pra mim.

- O negocinho: uma petição desse tamanhão!

- Tapinha nas costa, obrigado e ficava por isso mesmo.

- Outro dia:

- Ei, menino!...

-------

- Não sei se ele fazia todo o trabalho dessa maneira, mas que uma parte ele fazia, isso eu sei.

- Outra peculiaridade: tomando banho, toca o telefone. Do jeito que estava, pelado, ensaboado, saía do banheiro e atendia ao telefone. Depoimento de empregadas.

- A calça de pijama sempre na mão: poucas não foram as vezes que, distraidamente, soltou a calça e ficou pelado em público.

- Pessoa folclórica, distraída, folgada - mas respeitada.

- Nos julgamentos - advogado criminal - um grande orador

- Já se foi.

- Um sujeito desconectado: um grande advogado criminal, um político...

- Como eu disse: só pra registrar!

(Fonte: Texto - Autoria de TõeRoberto)
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domingo, 17 de fevereiro de 2008

AVE GENTE

POESIA: SOBRE HOMENS&PÁSSAROS

Viva o laço de desespero que nos prende

nesta árdua e desumana luta
pelo que comer, que beber, que vestir
pelo que sonhar, que amar, que idealizar.

Viva a corrente angústia que nos faz iguais
no jeito de pensar, de sofrer, de falar
livres de credos, de línguas, de sistemas
livres no modo de sorrir, no modo de chorar.

Viva esta tola liberdade que sentimos
na hora de almoçar, de jantar, de trabalhar,
na hora que fumamos, que andamos, que compramos
na hora que pensamos, que sonhamos, que amamos
na hora que morremos de tanto lutar
por aquilo que queremos e não nos querem dar.

Viva a sensação de que estamos vivendo
como gente, como homem, como ser humano
se é que estamos.


(Fonte: Poema - Autoria de TõeRoberto)
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sábado, 16 de fevereiro de 2008

A VAGINA

CRÔNICAS&CONTOS: SOBRE NÓS&OS OUTROS

- Sem preconceitos, quero falar da vagina:

- Abocanha-caralho, acarajé de pêlo, aranha, atiça rola, bacurinha, bandida, bigoduda, bironguina, buceta, caetana, carne mijada, cheirosa, desdentada, desejada, desgraça de macho, encrenca, espanta-viado, esperançosa, faminta, feiosa, fogosa, ganha-pão, gereca, grelho, hagibrina, hururu, inferno, ingrata, inominável, jóia, jubiraca, jurupoca, ki cheirinho, kona, lambedeira, lambuzada, lindinha, mãe da vida, majestade, mardita, naruska, nascedouro, ninho de cobra, olhuda, ordinária, ostrinha, paga-conta, pecado, perereca, periquita, perseguida, quebra-pinto, querida, rachada, recreio, ritinha, safada, sem-vergonha, suvaco-de-coxa, tabaca, tarraqueta, testa larga, urna, usurpadora, valiosa, viela funda, vulva, xana, xenga, xoxota... vagina, etc, etc, etc.

- Ruivas, negras, castanhas, galegas, brancas, pixains, enroladas, lisas, carecas - não importa: a vagina é um perigo, uma aventura que queremos viver.

- É arma secreta guardada a 7 chaves.

- A vagina é a perdição de metade da humanidade. Por ela derrubam-se governos; erguem-se templos; fortunas evaporam; promessas são feitas. Por ela homens e mulheres se aprisionam, bebem, fumam, não dormem, lutam, se matam... matam!

- É o objeto de desejo da felicidade masculina... e feminina.

- Por ela rastejamos, tomamos banho, ficamos sujos, latimos, temos emprego, dinheiro, carro, poder... por ela levantamos e deitamos a cada dia.

- A vagina, ao contrário do pinto, só tem uma cabeça. Inteligentemente ela deixa o pinto pensar que é ele quem manda no mundo.

- Recatada, se oferece aos poucos.
- Esperta, só uma encostadinha.
- Dengosa, ah, amorzinho!
- Inocente, só a cabecinha!
- Maquiavélica, vestido branco e flores na janela.

- É a senhora absoluta do lazer. Com uma vagina nas mãos não precisamos de dinheiro, de energia elétrica, de água ... comida. É um brinquedo maravilhoso, fantástico. A gente usa, usa, usa... lavou, tá novinha em folha, pronto pra ser usada novamente.

- Mas não se meta com a vagina!

- Para nós, que só pensamos com a cabeça errada, os resultados são imprevisíveis: maridos traídos, doenças, crianças, preocupações: "Que merda que eu fiz!". "Tô ferrado!". "Minha mãe me mata!". "O corno me mata!". "Minha mulher me capa!". "Vou ser pai!". "Tô doente!". "Meu Deus!". "Meu Deus!". "Meu Deus!".

- Mas e daí? A vagina é a felicidade perseguida.

- Somos escravos absolutos da sua generosidade: à luz nos trouxe, à embriaguez do prazer nos conduz.

- Sem ela a vida seria... Deus nos livre! Sem ela... não gosto nem de pensar!

- Uma boa mãozada para a vagina, ela merece!

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- E vê se fica comportado aí, ô rapaz!

(Fonte: Texto - Autoria de TõeRoberto)
Post in João Pessoa/PB

sexta-feira, 15 de fevereiro de 2008

O ANTILIRISMO

POESIA: SOBRE HOMENS&PÁSSAROS

O poema da folha

branca, branda, ampla
quadrática
sistemática
burocrática
de timbre dourado
bitolado
o poema sem cor
branco, brando, amplo
confina-se ao acaso.

O poeta antilírico
quadratizado
sistematizado
burocratizado
bitolado
lê relê
trelê
e fica triste
com a impossibilidade
de fazê-lo belo.


(Fonte: Poema - Autoria de TõeRoberto)
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quinta-feira, 14 de fevereiro de 2008

OS DESOCUPADOS

CRÔNICAS&CONTOS: SOBRE NÓS&OS OUTROS

- Deu na UOL: "Fofoca faz trabalhadores desperdiçarem 13 dias por ano."

- Me fala se não tem gente tarada no mundo. Tem gente que fica bolando malvadezas pra cima da gente.
- Coisa de inglês, melhor: coisa pra inglês desocupado ver.
- Cacete! Os caras não têm o que fazer? São todos uns tarados.

- E sabe o pior? O Brasil adora copiar merda de gringo. Já já tem algum imbecil fazendo esta pesquisa por aqui.

- Rapaz, o negócio vai ser feio!
- Vai dar revolução na certa.

- Como eles vão proibir a turma de contar o capítulo da novela?
- A beleza que foi o Faustão!
- O Fantástico!
- E o pênalti que o coringão perdeu!
- E o Flamengo!
- Aquela pizzaria!
- Tô comendo a Ludinalva!
- O churrasco...
- A viagem...
- A pescaria...
- Tô menstruada!
- O chefe de cara cheia!
- A mulher do chefe...
- Preguiça!
- Sabe o Lorenaldo? Menina!!!...

- Revolução na certa!
- Pra proibir fofoca tem que cortar o cafezinho.
- Se cortar o cafezinho já viu!
- Pelo amor de Deus, minha gente!
- Essas coisas não servem pra nós!

- Nós somos um povo fofoqueiro por natureza.
- Inglês é aquele bicho meio tontão, meio idiota. Pra eles serve!

- Vamos ficar de olho.

- Quando o desocupado-tarado aparecer na repartição vamos fazer uma fofoca bem cabeluda pra cima dele.

- Quem sabe ele se muda pra Inglaterra e nos deixa em paz.

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- Por falar em fofoca, você ficou sabendo...

(Fonte: Texto - Autoria de TõeRoberto)
Post in João Pessoa/PB

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2008

A CANÇÃO DO OLHO

POESIA: SOBRE HOMENS&PÁSSAROS

Abre

claro
fecha
escuro
abre
claro
fecha
escuro
abre
claro
fecha
claro(?)
escuro(?)
fecha...


(Fonte: Poema - Autoria de TõeRoberto)
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terça-feira, 12 de fevereiro de 2008

O BABÃO

CRÔNICAS&CONTOS: SOBRE NÓS&OS OUTROS

- A maior esperteza do diabo, dizem, é fazer o mundo pensar que ele não existe.

- Beraldo não sabia disso no dia em que viu Josineide pela primeira e única vez.

- Beraldo trabalha no Bradesco. Sua mesa, de frente para a parede de vidro, de frente para o ponto de ônibus.

- Beraldo a viu pelo vidro: parada no ponto de ônibus, morena, sainha jeans - curta - blusinha branca - decotada - passava a língua pelos lábios carnudos e vermelhos no exato momento em que Beraldo a viu.

- Pense numa coisa bonitinha! Essa coisa era Josineide.

- Sabe o filme do Máskara, quando o coração de Jim Carrey saltou para fora do peito e ele uivou como o Pluto quando viu a Cameron Diaz dançando? Assim aconteceu com Beraldo quando viu Josineide passando a língua pelos lábios carnudos e vermelhos.

- Se babou todo, até lágrima saiu tamanha a paixão que tomou conta do seu coração desesperado.

- Josineide, pelo vidro, viu que ele viu. Colocou aqueles olhos verdes sem tamanho bem dentro dos olhos de Beraldo e deu uma arrumadinha na calcinha, lado direito, na frente, por cima do jeans e tirou o cabelo da testa.

- As pernas de Beraldo amoleceram e um arrepio subiu da sola dos pés e arrepiou os cabelos. Abriu a boca... só babou!

- Os olhos verdes em cima de Beraldo, abaixou-se para pegar alguma coisa no chão: os peitinhos saltaram para fora, empinadinhos, rosados... oferecidos! 1 milhão de segundos foi o que durou a cena para Beraldo... e ele babou!

- Os olhos verdes em cima de Beraldo, Josineide sorriu, de leve, com o cantinho esquerdo daqueles lábios carnudos e vermelhos. Arrumou novamente a calcinha, agora pelo lado esquerdo, atrás, por cima do jeans e tirou o cabelo da testa.

- Beraldo uivou novamente... e babou!

- Não agüentava mais. Contou até 10 e quando tomou coragem e se levantou para ir até ela... o ônibus chegou.

- Ela não subiu. Mas o mulato bonitão, fortão desceu. Agarrou Josineide pela cintura, apertou-a com força e deu-lhe um daqueles beijos de língua... de filme pornográfico.

- Beraldo amoleceu... e babou!

- Josineide, na hora do beijo, os olhos verdes em cima de Beraldo, deu uma piscadela com o olho esquerdo. Aí abraçou o mulato fortão e saiu do ponto de ônibus balançando as ancas... como uma potra.

- E Beraldo, pelo vidro, viu aquela bunda maravilhosa - pra lá/pra cá, pra cá/pra lá, pra lá/pra cá - se distanciar, se distanciar... virar a esquina... sumir.

- Babou mais uma vez!

-------

- Hoje ele sabe que o diabo existe.
- E continua babando!

(Fonte: Texto - Autoria de TõeRoberto)
Post in João Pessoa/PB

segunda-feira, 11 de fevereiro de 2008

A INFRA-ESTRUTURA

POESIA: SOBRE HOMENS&PÁSSAROS

Há mais que o coração reestruturado

reencontrado
recompensado
há o desatino humano
em formas de estrias vermelhas
como estas de pintores loucos
de quadros caóticos
de alminhas ascéticas
que brincam noturnamente nos museus
de fazer susto nas crianças puras.


(Fonte: Poema - Autoria de TõeRoberto)
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domingo, 10 de fevereiro de 2008

SE EU FOSSE A POLÍCIA

CRÔNICAS&CONTOS: SOBRE NÓS&OS OUTROS
.
- Se eu fosse a polícia eu mandava colocar Brasília dentro de uma gaiola.

- Salvo-conduto para o cidadão comum sair e entrar da cidade e prisão albergue para o restante da população.

- Creio ser esta a única maneira de proteger o Brasil de todas estas coisas horrorosas que vemos nos jornais todos os dias.

- Confinados nos seus escritórios e gabinetes, sem o uso - é claro - de internet e telefones celulares/fixos, lobistas, empresários, comerciantes, profissionais liberais, advogados, políticos, pessoas do Executivo, Legislativo e Judiciário só ganhariam, um por vez, o salvo-conduto depois de apuradas todas as merdas que andam fedendo em Brasília.

- A Polícia Federal tá parecendo cirurgião de tanto fazer Operação: Navalha, Sanguessuga, Furacão, Saia Justa, Vampiro, Matusalém, Lacraia, Tempestade no Oeste, Anaconda, Hurricane, Tentáculos III, Mercado Preso II, Mandrake, Confraria, Feliz Ano Velho, Crepúsculo, Shogun, Capela, Zaqueu, 274, Hidra, Têmis, Águia, Planador, Zumbi, Lince, Farol da Colina, Soro, Sucuri, Trânsito Livre, Pandora, Isaías, Hiena, Xeque-Mate, etc...

- O sujeito, que não está em uma, aparece todo alvoroçado, espumando a boca, criticando, fazendo discurso contra o colega que apareceu na lista e procura se defender a todo custo da acusação. Na próxima lista lá está o infeliz. E ele faz exatamente o que o outro que ele acusava fazia: se defende a todo custo da acusação.Outro faz discurso, espuma a boca... e vão caindo um a um nas malhas dos escândalos. E as caras continuam as mesmas.

- A pouca vergonha é generalizada. Nunca vi tanto cara-de-pau na minha vida. Não sei se antes eles eram invisíveis e agora não ou...

- A Polícia Federal desmascara, a imprensa fala, fala, fala... roda, roda, roda e fica por isto mesmo. Alguém vem e solta o sujeito. Dois dias depois o infeliz tá pronto pra outra. Aí a Polícia Federal monta outra operação e...

- Cadeia no Brasil é só para negro, índio, viado, puta, pobre, desempregado e... ladrão de galinha.

- Agora uma coisa podemos dizer: a Polícia Federal, de uns anos pra cá, tem mostrado os dentes e prendido muito safado. Imagina que até o Maluf foi preso! Apesar de que pode ter sido média. No Brasil, autoridade tem mania de fazer média pra mostrar serviço e ficar famoso.

- Mas, realmente, o único jeito é a gaiola . Sem ela jamais se dará um jeito na pouca-vergonha generalizada que se instalou na Capital Federal.

- E pode botar na gaiola que o Ibama não está nem ai: um animal que não corre o menor perigo de extinção é o animal que habita os corredores institucionais de Brasília:

- O Corrupto&CiaIltda.

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- Diga que eu tô errado!!!

(Fonte: Texto - Autoria de TõeRoberto)
Post in João Pessoa/PB

sábado, 9 de fevereiro de 2008

O MEU ÚNICO AMOR

POESIA: SOBRE HOMENS&PÁSSAROS

Meu único amor é aquele que não tive
aquele que não partiu
que ficou solitariamente na estação de Guaranésia
dando com o lenço com o mesmo amor
com que os vietnamitas
balançavam as suas bandeiras vermelhas.

Meu único amor é meu único amor
que tive e que não tive
por motivos de separação preconcebida
por motivos de insensibilidade
perante o apito do trem
que naquela tarde solitária
esqueceu-se de soltar fumaça
naquela tarde que nós dois naquela tarde
amamos o nosso amor mundano
o nosso amor sem dono
o nosso amor platônico
o nosso amor...


(Fonte: Poema - Autoria de TõeRoberto)
Post in João Pessoa/PB

sexta-feira, 8 de fevereiro de 2008

O BANHEIRO PÚBLICO

CRÔNICAS&CONTOS: SOBRE NÓS&OS OUTROS

- Outro dia entrei no banheiro público de um lugar chique e fiquei estarrecido.

- Nas paredes e portas os desenhos e as inscrições de uma civilização decadente.

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- Testemunhos como:

- "Caga cantando que a bosta sai dançando". "Comi muito a puta da tua mãe". "Adoro uma rola". "Me come ou me mato". "Mirtes, a vulva incandescente 36696969". "O futuro do Brasil está nas suas mãos". "Maluf esteve aqui". "Zeca Pereira, aluguel de peia". "Zilda bundona". "Arlete, a cachorrona do boquete". "Lula 2010". "Quando estou no banheiro/me dá uma agonia profunda/a bosta bate na água/a água bate na bunda". "Quem tem cu não faz acordo com pica". "Na frente é certo mas não é justo/atrás é justo mas não é certo". "Eu finjo de morto pra comer o cu do coveiro". "Joãozinho esteve aqui: tu é bão".

- Mijo no chão, merda no vaso, batom nas paredes... um retrato lamentável de um país de Terceiro Mundo.

- Se o mundo acabasse hoje e descobrissem esses desenhos e essas inscrições nos estudariam como uma civilização obscena e suja.

- Creio que o que determina o processo civilizatório de um homem não é a invenção da roda, da escrita, do motor, da penicilina, do rádio, da televisão, da internet, entre outras.

- O que diferencia o homem de um animal comum é o fato de o homem civilizado usar o vaso sanitário e limpar a bunda.

- De resto, o que vejo nos banheiros públicos sãos os sinais claros e lamentáveis de um povo mal-educado e indubitavelmente porco.

- Higiene é vida!

- O Homem não pode viver na merda!

- Só se for brasileiro!

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- Falei!!!

(Fonte: Texto - Autoria de TõeRoberto)
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quinta-feira, 7 de fevereiro de 2008

O DESCOBRIMENTO

POESIA: SOBRE HOMENS&PÁSSAROS

João Teodoro suspira

lamenta
senta
levanta
senta
lamenta
suspira
levanta
pega o arado
vai arando
peito adentro
descobre o país
do mesmo homem.


(Fonte: Poema - Autoria de TõeRoberto)
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quarta-feira, 6 de fevereiro de 2008

A INICIAÇÃO

CRÔNICAS&CONTOS: SOBRE NÓS&OS OUTROS

- Filme: A Um Passo Da Eternidade.
- Diretor: Fred Zinnemann.
- Atores: Burt Lancaster&Deborah Kerr.
- Ano: Filmado em 1953.
- Sinopse: Alguma coisa relacionada ao ataque a Pearl Harbor

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- Já ouviu falar? Assistiu?

- Pois é! Esta semana esse filme me veio à cabeça. Este filme, não: uma cena deste filme.

- Então forcei a memória e me lembrei de algumas coisas do filme: diretor, atores, ano. Não me lembro da sinopse. aliás, não quero saber da história: somente uma cena me veio e é dela que eu quero me lembrar.

- Menino: entre 11 e 13 anos.

- Pobre, menor, para assistir aos filmes que não podia pagar e nem tinha idade - censura: proibido para menores de 18 anos - a gente pulava o muro e assistia aos filmes atrás das cortinas das saídas de segurança do cinema.

- A censura era rígida. O autor da censura: o padre da cidade. Todas as tardes se fechava sozinho no cinema, assistia aos filmes e os censurava criteriosamente. Igual ao padre do Cinema Paradiso.

- Mazaroppi, Marcelino Pão e Vinho, Paixão de Cristo: Livre. Pegar na mão: 10 anos. Rebolado: 12 anos. Beijo: 14 anos. Adultério: 16 anos. Cena morna: 18 anos. Cena quente: 21 anos. Cena muito quente: só para homens.

- A cena da censura: Burt Lancaster sem camisa & Deborah Kerr de maiô, na praia, se beijando, ganhou um proibido para menores de 18 anos.

A cena: um suave erotismo, mas, de quebra, um adultério.

- O calção de Burt Lancaster dava para fazer um terno para cada torcedor do Flamengo. O maiô de Deborah Kerr dava para fazer fio dental para a praia de Copacabana inteira num domingo de verão.

- Reação: um monte de meninos assustados com as pernas da Deborah Kerr. E os piupiuzinhos alvoroçados.

- O primeiro contato sexual com o mundo: logo com as pernas da Deborah Kerr.

- Tremedeira, coração aos pulos, respiração acelerada, sensação de pecado: mas os piupiuzinhos não queriam saber de nada. Daí então nunca mais paramos de nos masturbar - ou Mariquinha /Maricota/com a direita/com a canhota - que era como falávamos naquela época inocente.

- O cinema tornou-se a parte lúdica da minha vida. Deborah Kerr foi minha primeira paixão e a minha musa sexual.

- E o mais interessante de tudo: naquela época a gente torcia pros americanos - e ai de quem falasse o contrário.

- Quando a gente viu o ataque dos japoneses a Pearl Harbor foi um tremendo choque: uma afronta aos nossos heróis. Odiávamos os japoneses.

- Felizmente nem o amor nem o ódio são eternos, só as lembranças - eternas cicatrizes - nos levam, vez em quando, a exercer o nosso lado mais humano: aquele sofrerzinho doído pelos anos e histórias que não voltam mais.

- Mas uma coisa eu digo: dos 12 aos 15 anos, entre outras, eu comi a Deborah Kerr umas 150 vezes. E asseguro: ela era... ela era - sei lá, ela era!

Isto sim era sexo virtual!

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- Pra falar a verdade nem sei se o ano, se o filme, se a praia, se o beijo, se a Deborah Kerr, se a censura foram esses.

- Só sei que uma mulher existe nalgum canto da minha memória e dela não quero esquecer.


(Fonte: Texto - Autoria de TõeRoberto)
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terça-feira, 5 de fevereiro de 2008

MOMENTO

POESIA: SOBRE HOMENS&PÁSSAROS

Há o instante-já
livre do encantamento
o já-instante esfacela-se
no confinamento.

Estamos-já
já-estamos
foi-se o instante
foi-se o passamento.

(Grito)

E nós
o morto
a noite
a cela
o momento.


(Fonte: Poema - Autoria de TõeRoberto)
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segunda-feira, 4 de fevereiro de 2008

O TROÇO

CRÔNICAS&CONTOS: SOBRE NÓS&OS OUTROS

- Asdroaldo procurava uma cueca na gaveta de calcinhas quando deu de cara com o Troço.

- Quase teve um troço!

- Olhou Adneide dormindo. Olhou para o Troço. Olhou Adneide dormindo.

- Não pegou o Troço. Abriu a porta do guarda-roupa, tirou a toalha da cintura e ficou observando o seu membro no espelho: cabisbaixo, meio torto para a esquerda, o saco escrotal murcho - pendurado - o membro dormindo com a cabeça apoiada sobre ele. Deu um tapinha pra cá, um tapinha pra lá. Morto estava, morto ficou.

- Foi até a cama, puxou o cobertor de Adneide e ficou observando: a mulher - gostosa - só de calcinha, sem sutiã. Olhou para o seu membro no espelho. Deu um tapinha pra lá, um tapinha pra cá. Morto estava, morto ficou.

- Foi até a gaveta de calcinhas, apanhou o Troço e voltou para observar Adneide. Olhou novamente para o membro. Colocou o Troço lado a lado com o membro e ficou medindo - pelo espelho. O Troço era um troço e... Deu mais um tapinha...

- Cobriu Adneide, fechou a porta do guarda-roupa, guardou o Troço na gaveta de calcinhas, vestiu a cueca, foi até a cozinha - 05 horas da manhã - pegou o litro de cachaça no armário e numa talagada só levou o litro até o meio.

- Voltou ao quarto, abriu a gaveta de calcinhas, olhou mais uma vez para o Troço, puxou o elástico da cueca, olhou mais uma vez para o seu membro, largou o elástico da cueca, fechou a gaveta, foi até a cama, deu um beijo no rosto de Adneide, vestiu a roupa, passou na cozinha, deu mais uma talagada de cachaça e saiu para trabalhar.

- No ônibus, um troço girando na cabeça... um estranho sorriso nos lábios.

(Fonte: Texto - Autoria de TõeRoberto)
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domingo, 3 de fevereiro de 2008

A CHUVA

POESIA: SOBRE HOMENS&PÁSSAROS

A chuva cai

no meu interior (?)
longínquo.

Ai!
Como é bela
a cisma
a rima
desse poema agora
que chora
(outrora)
imola-se
e saí por aí.

(Soluço!)


(Fonte: Poema - Autoria de TõeRoberto)
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sábado, 2 de fevereiro de 2008

SE EU FOSSE IMPLICANTE

CRÔNICAS&CONTOS: SOBRE NÓS&OS OUTROS

- Se eu fosse implicante eu diria:

- Assista ao Jornal Nacional, hoje, e me tire uma dúvida: é implicância minha ou a Fátima Bernardes tá ficando com a cara do Cid Moreira?

- Daqui a pouco ela deixa de pintar os cabelos e começa a declamar salmos no Jornal das 8.

- Outra coisa: O Sérgio Chapellin, que nem sei o que anda fazendo na Globo, também não tá ficando com a cara do Cid Moreira?

- Tá todo mundo ficando parecido com o Cid Moreira - até o marido da Fátima Bernardes tá ficando com a cara do Cid Moreira.

- Tenho a impressão que essa turma que trabalha na Globo - principalmente no Jornal Nacional - não existe de verdade, é tudo virtual.

- Parece holografia. Não tem um negócio assim: que você tá lá mas não está?

- Preste atenção! Eles não mudam os métodos, a entonação da voz, o olhar, a postura ideológica... a expressão facial.

- Não mudam de emprego, não mudam de nada!

- Tudo neles é eterno.

- A Família Global é assim desde 1964!

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- E sempre com aquele jeitinho de reacionários!

(Fonte: Texto - Autoria de TõeRoberto)
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sexta-feira, 1 de fevereiro de 2008

AMOR DE VIDRO

POESIA: SOBRE HOMENS&PÁSSAROS

A mulher foi para a cama com o vidrinho do cientista.

A mulher se fecundou com o vidrinho pequenino, pequenino.
Não teve prazer, nem dor, nem suor, nem amor.
A mulher tem no ventre um produto do amor-técnico.

A mulher está exposta na vitrine do laboratório
esperando o filho do amor de vidro
que virá para desmascarar a nossa fantasia.


(Fonte: Poema - Autoria de TõeRoberto)
Post in João Pessoa/PB