segunda-feira, 31 de maio de 2010

Vivemos à mercê do acaso

Com 10 ou 60 anos a verdade é uma só.

Vivemos à mercê do acaso.

Não temos o menor controle sobre o nosso destino.

Num momento estamos com saúde, noutro estamos em dificuldades.

Noutro momento estamos no controle, logo em seguida estamos à deriva.

Alguns dirão que não, que temos condições de controlar nossas vidas.

Eu acho que é um falso controle.

Muita gente não gosta de determinismo.

Eu também não gosto, mas acho que estamos fadados à sua lógica.

Acho que nascemos com data e hora para morrer e não há nada que se possa fazer.

Uma ação nossa sempre desencadeia uma reação, um fato novo.

E de ação em ação vamos traçando a teia complexa do nosso passamento.

E por mais que queiramos ser racionais nosso dia-a-dia é sempre recoberto por uma aura de mistério... de espera.

Será hoje?

Será amanhã?

Depois de amanhã?

Não adianta!

Manda o pau e vá em frente!

Que o seu nome consta da agenda e não há nada que você possa fazer.

Um dia podemos discutir sobre isto nos Jardins do Éden.

No Caldeirão do Inferno.

Ou num lugar qualquer.

segunda-feira, 24 de maio de 2010

Você já pensou nisto?

Definitivamente, o tédio é eminente!

As vidas são as mesmas de antigamente.

Tudo no mundo gira em torno de emprego/dinheiro/bens - inclusive nas pseudoporções socialistas do mundo.

Terras, dotes, ovelhas, contas, sal, ouro, prata, moedas, cédulas, cartões de crédito, promessas... coisas pra se ter, pra se mesurar a presença social do indivíduo no meio.

Somos assim?

Ou assim nos fizeram?

A vida se resume nisto?

Nascemos, crescemos, morremos - muitas vezes de maneiras extremamente cruéis - por isto?

Um carro é mais importante que uma amizade?

Um apartamento em Copacabana vale 18, 20 horas de trabalho por dia?

Uma viagem pra Europa é mais importante que o cãozinho da família, que é jogado na rua?

A mensalidade do psicólogo pode ser mais alta que o salário pago à empregada doméstica?

Relacionar-se pelo MSN é mais gratificante do que se encontrar com o amigo/amiga no bar da esquina e trocar ideias madrugada afora?

Sexo virtual é mais gostoso que sexo real?

Ser manipulado o tempo inteiro com esta baboseira toda de tecnologia é qualidade de vida?

Onde estamos?

Aonde vamos?

O que somos?

Viver é isto?

Não está faltando alguma coisa na nossa relação com o mundo?

Você dorme bem?

O seu dia é ótimo?

Eu devo ser louco por pensar tanta besteira?

Tudo bem, mas eu pergunto:

Estamos todos bem?

Mas e esta parafernália toda de globalização, produtividade... estas coisas para super-homens.

Você já pensou nisto?

Você vai ser demitido quando desta empresa que você trabalha há 20 anos?

O seu enfarto está programado para quando?

O seu emprego é mais importante que a sua vida?

É besteira pensar nisto?

Concordo, mas pense comigo!

A vida é só isto?

Ah, esqueci que você acredita na vida eterna e vai ser recompensado pela sua presença abnegada e sofrida aqui na terra
.
Aí eu não posso falar mais nada.

O mundo está cheio de babaca e você é um deles... e eu também!

Me desculpe a franqueza!

Mas nós estamos fodidos e mal pagos!

Enquanto uma 1/2 dúzia estão fodendo e bem pagos... às nossas custas!

segunda-feira, 17 de maio de 2010

Só sonhar não basta!

Sonhar com um mundo melhor é o que as pessoas julgam ser seu pensamento mais humanitário, mais politizado, mais decente.

Mas será que é tão fácil sonhar por um mundo melhor de uma maneira viável, exequível... real?

Não ficamos apenas sonhando com o que achamos correto e, de uma maneira ingênua, falamos, e falamos, e falamos, mas não nos aprofundamos e procuramos entender o que realmente pode ser feito, o que realmente pode ser mudado?

A complexidade de tal sonho passa por milhares de abordagens, de teoremas, hipóteses, discussões, reações, suposições, mudanças estruturais, mudanças legais, conflitos, violência, etc.

Só sonhar não basta!

Só denunciar, criticar não basta!

Só tomar cerveja no boteco e soltar a verborragia dos bêbados não vale!

Só escrever um verso de efeito e se sentir o rei da carne-seca não serve!

Só se declarar esquerdista e achar que é o tal não cola!

Mudar o mundo passa primeiramente pelas mudanças internas de cada um de nós.

Ninguém faz o mundo ficar melhor se for um idiota, um egoísta, um fanático religioso, uma pessoa que espanca a família, um corrupto, um conservador ao extremo, um indivíduo pirado nas questões sexuais, o cidadão que gosta de levar vantagem em tudo, aquele que não traz o mínimo de compaixão em sua alma crua, o homem ou mulher preconceituoso, racista, os que amam a soberba, o luxo, o culto à própria imagem, os que exploram as pessoas, os que não têm piedade para com os animais, os que não respeitam a sua cultura, a sua memória, os que destroem para ganhar, os que ganham para destruir, os que se omitem, os que se excluem... os que se sentem superiores a todos em todas as questões existenciais... os filhos-da-puta!

Sem profundas mudanças pessoais não existe mudança de fato.

Armas não mudam o mundo para melhor.

O que muda o mundo são pessoas com ideias sadias, pessoas generosas, humanitárias, libertárias!

Revolucionários com cabeças de bagre não existem.

Com eles apenas vamos mudar de grupo, de um modo de pensar para outro, de um modo de reprimir para outro, embora repressão seja sempre igual em qualquer língua ou situação.

As nossas mazelas, estas merdas que a gente vê todos os dias vão continuar com maior ou menor intensidade.

E ainda conviveremos com outras que a gente não conhecia.

Nós não precisamos mudar o mundo, precisamos mudar é a nossa postura diante do mundo, o nosso modo de enxergar o mundo - esta porcariada toda com que encheram a nossa cabeça desde que nascemos.

Precisamos deixar de ser estas pessoinhas fúteis, medrosas, orgulhosas, vaidosas, rancorosas, infelizes, ciumentas, iradas, nervosas, carentes, rejeitadas, egoístas, fechadas, cruéis, dissimuladas, egocentristas, manipuladoras, gulosas, desejosas, covardes, previsíveis... subornáveis!

Precisamos deixar de lado esta simpatia velada que temos pelo nosso status quo - o deixa estar para ver como é que fica.

Aí, eu garanto, o mundo por si só toma seu rumo e todos os nossos sonhos de vê-lo melhor se realizarão.

Porque o que anda ruim não é o mundo, somos nós.

Isto desde que o mundo é mundo.

E pode ter certeza: vai piorar!

Porque fazer uma guerra e tomar de assalto um país é fácil.

O que é quase que humanamente impossível é mudar uma única cabeça.

Um modo de ser!

Um homem!

segunda-feira, 10 de maio de 2010

Um pequeno descanso

Me desculpem, mas hoje estou sem tempo!

Preciso ser curto e grosso.

Breve!

Tá um puta sol em Jampa e eu tenho um senhor compromisso com a vida.

O mar verde, a Brahma, o camarãozinho, o sol, a Barraca do Pé na Areia, as morenas, as loiras, as mulatas, as ruivas, as negras, as brancas, as amarelas, etc, etc, etc.

Deitar e rolar sábado abaixo sem saber aonde vai dar.

O que esperar!

Afinal, a vida não é só blog, trabalho... correria.

A vida, meus amigos, às vezes nos chama às falas.

E nos exige um pequeno momento de indolência.

Uma rede, uma água de coco, um soninho.

Um tempo!

Um dedinho de putaria.

segunda-feira, 3 de maio de 2010

Observações sobre um relacionamento

Ontem à tarde, cervejinha gelada, aquele marzão lindo diante dos olhos... eita felicidade!

Quando entra um casal.

Jovens, 20 e poucos anos, com uma garotinha de + ou - 06 meses.

Sentaram-se à minha frente.

Colocaram o bebê-conforto sobre a mesa, deitaram a garotinha.

Bué! Bué! Bué!

As chantagens, por afeto, do ser humano começam cedo.

A moça - mãe - pegou a criança no colo e começou a balançá-la.

O moço ficou sentado.

05 minutos depois, a garotinha na cama.

Bué! Bué! Bué!

A mãe pegou a criança de novo.

Chacoalhou, chacoalhou, chacoalhou.

O moço continuou sentado.

De novo na cama.

Bué! Bué! Bué!

A cena se repetiu durante 1/2 hora, depois a mocinha dormiu.

A moça sentou-se.

Continuei observando o comportamento do casal.

Um casal - jovem - em silêncio.

Sem sorrisos, sem nada.

15 minutos de silêncio.

A mocinha acordou de novo.

Replay! Replay! Replay!

Dormiu novamente.

A moça sentou-se.

Nenhum sorriso e, interessante, nenhum contato físico.

Fiquei pensativo.

Uma relação destas, por diversos motivos, pode durar anos.

E a cada dia os silêncios vão ficando maiores.

Os sorrisos desaparecerão de vez.

O contato físico...

Fiquei ali apenas observando.

E senti, no fundo da alma, que as relações da maneira que existem estão com os dias contados.

São grandes motivadoras das tristezas, das decepções e da castração do ser humano.

São egoístas e alguém acaba sempre sendo submisso para que a relação seja estável.

Eu pensava...

Nisso, a garotinha acordou!