sábado, 30 de janeiro de 2010

Ninguém sabe

A mulher e a caipirinha
o demônio e o inferno
dentro de mim.

Ninguém me mataria hoje
ninguém me beijaria
ninguém me cuspiria
ou xingaria minha mãe.

Ninguém sabe
mas há muito tempo
a vida não termina hoje
nem amanhã
quem sabe no mês que vem.

Não me importo:
amor, posição, dinheiro
as três estações do homem
ninguém sabe, nem saberá!

A noite comprida
esta rua estreita
ninguém sabe o que será.

Sejamos compreensivos
com esta lua alcoólica.

Vem comigo
a mulher espera
com as tetas...
e o cigarro na boca.

Ninguém sabe
mas a mulher espera
há mil e novecentos anos
ela espera que a gente entenda
que nas tetas malabaristas
está escondida a vida.

Ninguém sabe, nem saberá!

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TõeRoberto-são paulo/sp-05abril1974

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