terça-feira, 5 de junho de 2012

Paz

Jorge, sozinho em casa - a mulher viajando -, tomou o seu banhinho da tarde, comeu um negocinho - nunca jantava -, abriu uma Skol e sentou-se na cadeira da varanda do seu apartamento - 12º andar - e ficou, ali, afagando o cachorro, olhando a cidade, e bebericando vagarosamente aquela maravilhosa cervejinha gelada.

Esvaziou a cabeça, não pensava em nada.

Só olhava... não via nada!

A cabeça e a alma... ocas.

Ele, todo oco.

Encostou a cabeça na parede, bebericou a cervejinha, se acomodou na cadeira, passou mais uma vez o pé pelo dorso do cachorro, fechou os olhos e não sentiu nada... nem dor, nem tristeza.

Talvez um alívio.

E se foi!

Muito mais em paz do que quando nasceu.

O copo escorregou da mão...

O cachorro latiu...

Uma estrela cadente atravessou a noite de sul a norte.

Silêncio...

Paz!

TõeRoberto

Nenhum comentário: