segunda-feira, 22 de agosto de 2011

À procura da poesia

Eu tinha um hobby interessante.

Adorava trepar, a mulher por cima, e eu fumando, bebendo... lendo poesia.

Drummond participou de diversas fodas minhas.

Fernando Pessoa.

Cecília Meirelles.

Pablo Neruda.

Bandeira.

Eu...

Tardes e tardes de Minister, Brahma, poesia... fodas.

Maravilhoso!

Interação total!

Hoje parece que eu me perdi no tempo.

Deixei de fumar, bebo menos, trepo quase nada... e acho que a poesia morreu assassinada na cama de um casal de amantes qualquer.

E veio a AIDS.

A camisinha.

A quase total falta de contato físico.

O sexo pelo sexo.

E o papo de que sexo é a palavra ou o silêncio definitivo dos casais no cio.

Ô decadência!

Ô falta de criatividade.

Ô gente que só sabe subir o pau e molhar a piriquita.

Tem dó!

Cadê o lirismo dos corpos suados?

A beleza da palavra entrando pelos poros?

As almas se fundindo no gozo poético?

Cadê o arrepio pelos gemidos de prazer?

Cadê a lágrima doce que escorria solitária dos olhos da amada?

Sublimada pelo sexo apaixonado.

Pela emoção.

E pela poesia esparramada pelos lençóis amarrotados na penumbra do quarto.

E pelos doces olhos dos amantes.

Hoje abraçados em profundo silêncio.

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