Eu juro!
É a mais pura verdade!
Ademais é um assunto que só interessa a mim, mas eu quero expô-lo em público.
É o meu nascimento.
Cambaio, dentes tortos, magricela, 1 quilo e 200 gramas, cabeçudo, orelhudo... nem me lembro mais o que faltava, afinal faz tanto tempo!
O médico olhou, olhou... olhou e disse à minha mãe: é melhor sacrificar, este não vai pra frente e ser for não vai dar nada na vida!
Filho-da-puta!
Minha mãe não concordou com o sacrifício e partiu para o sacrifício.
E eu crescia... crescia?
06 meses, 08 meses, 01 ano, 01 ano e 1/2, 01 ano e 08 meses... dois anos... a mesma merreca.
Nada de falar... ou andar!
Novamente no médico, o mesmo: não falei que era melhor sacrificar?
Novamente minha mãe não concordou.
Mas aos 02 anos e 02 meses, pra alívio da minha mãe, dei o meu primeiro passo e falei - se me lembro bem - minha primeira palavra: 'calaio!'
.
E nunca mais parei de falar merda!
E fui crescendo.
Acompanhado do meu eterno amigo: o meu bicão vermelho, aquele grandão que tinha uma argola branca no meio - acho que era pra gente não engolir o danado - com um negócio no fundo que fazia fuííííí... fuííííí... fuííííí todas as vezes que a gente apertava a parte gordinha do dito cujo.
E me acompanhou até os 07 anos, e só deixei o meu amiguinho porque, a partir desta idade, eu comecei a definir o conceito de vergonha na cara.
E aqui estou: cresci torto, fiz muitas coisas tortas... mas fui!
Mas até hoje eu ainda fico pensando: não teria sido melhor a minha mãe ter permitido que o filho-da-puta daquele médico tivesse me sacrificado?
Será que o mundo não teria sido um pouco melhor sem a minha presença anônima?
Será que eu não falei e fiz merda demais?
Será que?...
Foda-se!!!
Uma merda a mais no mundo!...
.
TõeRoberto-05:22-post in jampa/pb
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