terça-feira, 8 de setembro de 2009

Moleque

Hoje, 13/09/08, vasculhando uns papéis... daqueles de trocentos anos, deparei com a letra de uma música - O Moleque - que fiz com meu amigo Efraim, de São Paulo, na década de 80.

A música, dele.

A letra, minha.

Pena que eu não tenho como disponibilizar a música no Falas da Boca.

A letra:

Já fui menino, barriguinha de pilão
a cara suja, olhos vivos, pés no chão
bodoque em punho, o sanhaço no mamão
ai, meu Deus, quanta saudade
dorme no meu coração!

Quentei fogueira, rezei terço de São João
tive pereba da cabeça até o dedão
fugi da escola pra pescar peixe chorão
ai, meu Deus, quanta saudade
dorme no meu coração!

Assei batata no borralho do fogão
lidei corote na colheita do feijão
já tive medo de Saci na escuridão
ai, meu Deus, quanta saudade
dorme no meu coração!

Nadei pelado na lagoa do grotão
roubei goiaba na roça do Gué Simão
mas veio a barba, esqueci toda lição
ai, meu Deus, quanta saudade
dorme no meu coração!'

Confesso:

Tive saudades dos tempos em que eu era O Moleque da letra.

Mas isto é outra história!

Hoje, sou apenas um moleque que cresceu, não tenho mais barriguinha de pilão, porque faço exame de fezes a cada 6 meses e não ando mais de pés no chão.

Não tenho mais perebas, nem tenho fogão de lenha, nem sei mais o que é corote, não acredito em Saci, não nado mais pelado e nem roubo mais frutas no quintal de ninguém porque sou um cidadão politicamente correto.

Um chato, pode-se dizer!

Hoje, sou apenas um adulto que, cercado de toda a 'falsa felicidade' que o mundo tenta lhe proporcionar, fica com os olhos molhados ao descobrir, numa letra de música, todo o fantástico e encantado universo com o qual conviveu na infância.

E não quero dizer mais nada!

Que eu estou ficando triste!

Um abraço para meu amigo Efraim que, sinceramente, fez uma melodia maravilhosa, na qual coloquei a letra.

E pelo telefone!

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TõeRoberto

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