- Cara, como o tempo passa!
- Tô aqui ouvindo a música Yesterday e parece que foi ontem!
- Me lembro perfeitamente: um lugar extremamente confortável e um túnel extremamente apertado, desconfortável por onde saí pelado... com frio... sozinho!
- De lá para cá as marés foram e voltaram, o sol morreu e nasceu, a lua apareceu e sumiu, a chuva choveu, a seca secou, vivi, convivi, ri para os meus vivos, chorei pelos meus mortos... e vou levando, dançando de acordo com a valsa.
- Atravessei furacões, tsunamis, epidemias, o câncer... atravessei por muitos governos e políticos brasileiros.
- Vi justiças, injustiças, feiuras, belezas, amores, ódios, vinganças, traições... e paixões avassaladoras.
- Estou aqui, agora, na sala da minha casa, tentando fazer um inventário da minha insignificância... da insignificância do ser humano.
- Olho a minha volta e só a paisagem, com a ajuda da humanidade, muda para pior.
- O ser humano continua o mesmo ser cruel, insensato, e idiota.
- Tudo a sua volta é destruído, mas aos trancos e barrancos se renova.
- Eu continuo igual, o mesmo pintor do caos na parede da manhã que se anuncia.
- E a vida passa de maneira assustadora... no abrir e fechar dos meus olhos.
- Outro dia mesmo eu não falava, não andava, cagava e mijava nas calças.
- Hoje, começo a sentir que a gente passa a vida inteira aprendendo para depois, no fim da vida, desaprender tudo.
- Olho para os meus filhos: também estão avançando - não percebem o quanto já andaram - com a esperança de um dia chegar ao seu Shangri-La.
- Mas tudo é muito rápido.
- Demais!
- Esta semana vou retirar os espelhos da minha casa.
- Não quero mais testemunhas do tempo em minha vida.
- Quero viver de lembranças!
- Quero tirar esta lágrima dos meus olhos!
- Quero não mais esquecer que eu sou eterno!
- E que caminho para as estrelas.
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TõeRoberto-05:20-post in jampa/pb
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