segunda-feira, 28 de junho de 2010

Uma coisa é certa: filosofar não envelhece

As pessoas não gostam de determinados assuntos.

Tentam esconder, a qualquer custo, o efeito do tempo em suas vidas, como se envelhecer fosse algo vergonhoso.

Cabelos brancos, calvície, queda dos dentes, a libido em baixa, rugas, barriga, seios e nádegas flácidas, pintas... um horror!

Querem ser eternamente jovens.

Cremes, tintas, remédios, academias, cirurgias plásticas, dietas, spas, massagens, etc, etc, etc...

A indústria do rejuvenescimento trabalha a mil para alimentar a voracidade de homens e mulheres que buscam, na tecnologia, a sua fonte da juventude.

E a indústria da 'beleza' espalha pelo mundo o seu glamour, alimentando o ego das pessoas vaidosas.

É necessário isto?

Não nascemos, crescemos, envelhecemos e morremos?

A vaidade excessiva não é uma doença?

Não é mais barato tratar a vaidade do que alimentar a vaidade?

Tirar aquela ruga dos olhos melhora a ansiedade?

A euforia por aquela cirurgia nos seios dura um mês inteiro?

O implante de cabelos faz com que o sujeito durma mais tranqüilo?

O sorriso com os novos lábios da Angelina Jolie melhora o humor?

Uma pessoa deve mexer no seu corpo se não estiver doente?

Sei lá, eu sou 1/2 caipira e não gosto muito dessas coisas.

Acho que a vida é extremamente educada e cuidadosa com a gente.

Ela passa devagar... e vai nos transformando vagarosamente, imperceptivelmente... da maneira mais poética possível.

E os dias vão passando, e parece que junto com eles vamos amadurecendo a nossa capacidade natural de envelhecer sem traumas.

E também vamos enxergando menos, e vamos ficando menos exigentes, menos obcecados com a eternidade.

E, uníssonas, todas as nossas partes vão se transformando no mesmo ritmo... uma orquestra em execução no cair da tarde.

Com o maestro tempo movimentando a sua batuta invisível!

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