sábado, 19 de dezembro de 2009

Sejamos carvoeiros

Cadê o céu, meu Deus?
Cadê o céu?
Alguém me disse que o céu era azul.
A manhã está negra como tição.

Saiamos nas janelas, roubaram o céu!
Cismemos na revolução,
o céu é nosso
precisamos dele!

A revolta explode nas janelas:
Azul! Azul! Azul!
É necessário que sejam azuis
os nossos anseios.

O céu é nosso
o azul é nosso
o anseio é nosso
precisamos do azul para viver.

Querendo atender nossos pedidos
em um ponto qualquer do universo
alguém pinta desesperadamente
céus azuis em telas baratas
mas a tarde permanece
impenetravelmente negra.

Sejamos carvoeiros irmãos
enquanto o azul não aparece!

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TõeRoberto-são paulo/sp-23abril1974

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