CRÔNICAS&CONTOS: SOBRE NÓS&OS OUTROS
- Era uma vez um Presidente da República que nasceu, virou menino, pescou, nadou, jogou bola e bebeu cachaça com os meninos que, como ele, não tinham futuro na vida.
- Era uma vez um Presidente da República que nasceu, virou menino, pescou, nadou, jogou bola e bebeu cachaça com os meninos que, como ele, não tinham futuro na vida.
- Comeu o pão que o diabo amassou com o rabo: passou fome, doença, sede, frio e não aprendeu o beabá.
- Foi empregado, desempregado e entrou em tudo quanto é estatística ruim publicada nos jornais.
- Virou operário, engordou, deixou crescer a barba, perdeu o dedo, criou cabeça, subiu palanque, organizou greves fantásticas, protestos, passeatas e sempre botou o seu na reta para ajudar aos pobres.
- Fez tanto sucesso que foi ficando importante... importante... importante e sua importância viajou para o exterior.
- A importância ficou tão importante que ele passou a sonhar em ser dono do Planalto Central.
- Aí foi deixando de lado a sua humildade, os amigos de antigamente e começou a andar com más companhias.... muitas más companhias mesmo.
- Aí para conseguir o que queria foi percebendo que quanto maior a má companhia mais chance ele teria de ser dono do Planalto Central.
- Então... vendeu sua alma ao diabo!
- E assim foi. Se tornou dono do Planalto Central - por duas vezes.
- E hoje está lá. Usa ternos que não sabe dizer o nome, ele que sempre andou de camiseta e boné. Bebe sua cachacinha escondido. Bota botox de vez em quando. Viaja pelo mundo inteiro. A esposa ficou muito mais jovem, mais bonita com os tratamentos que recebeu no Planalto Central. Os filhos estão bem. O cachorro também.
- Aprendeu a falar muita merda com as más companhias. Tudo que ele criticava nas más companhias hoje ele fala, faz e assina embaixo.
- Demagogia é o seu prato preferido: come no café da manhã, no almoço e no jantar... e oferece aos amigos.
- Quando se olha no espelho já não enxerga mais o operário, o homem do povo: enxerga o dono do Planalto Central, um sujeito fodão que não aprendeu o beabá e chegou lá.
- Se vê como um exemplo vivo de que a gente não precisa estudar pra ter sucesso na vida.
- Era uma vez um Presidente da República grevista, operário, pobre que não quer mais saber de greve, operário... pobre!
- Era uma vez...
(Fonte: Texto - Autoria de TõeRoberto)
Post in João Pessoa/PB
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