O BICHO HOMEM

- O bicho homem não presta, mas é o doido mais genial que existe.

- Consegue administrar o caos: do trânsito, das fronteiras, do espaço aéreo, da economia, da política, da religião.

- Se mata em grande escala, caga no prato que come, envenena a água que bebe, faz caridades, pratica a maldade, acredita em Deus, tem medo do diabo, assassina as crianças, escraviza os semelhantes.

- Sobrevive às intempéries, às epidemias; é sádico, hipócrita, cínico, egoísta... filho-da-puta!

- Vive em conflito com sua sexualidade, acumula dinheiro; em nome dele mata, tortura, destrói... e procria!

- Enche o planeta com a sua cadeia de DNA, convive com a AIDS, é parceiro do câncer... e vai e volta ao mesmo lugar!

- É tenso, depressivo, ansioso, angustiado... emotivo!

- É dado aos vícios, à certeza que a vida é curta, às noites mal-dormidas... aos suicídios!

- Administra, com sua loucura lúdica, o caos universal.

- Mas venhamos e convenhamos: independentemente das questões políticas, sociais, econômicas, religiosas, culturais, o bicho homem sobrevive no fio da navalha.

- E administra o grande bordel - o planeta - com mão-de-ferro, causando dor, constrangimento, tristeza.

- Ele sabe disto, mas o bicho homem é animal - defende seu território, seus bens - com unhas e dentes.

- E vai administrando o caos com a sua genialidade caótica, com sua genialidade autofágica.

- Que o leva à própria extinção... e ao caos definitivo!

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