domingo, 8 de junho de 2008

AO LONGO DOS TEMPOS

POESIA: O INVENTÁRIO DAS ROTAS

Ao longo dos tempos fui me tornando amargo

sem um buquê de flores para o meu amor
dancei nas estrelas com miss Share Stone
e pulei dos Andes com o meu bisavô.

Ressenti o branco pelos meus cabelos
destrocei memórias de felicidades
naveguei nos mares dos antepassados
cultivei sujeira e muitos rancores.

Desisti da história de querer ser brilho
anoiteci nos desertos da minha vida cega
caminhei as estradas do meu Che Guevara
e terminei sentado no banco da praça.

Perdi os dentes ao morder as carnes
engoli a língua por falar demais
fui ficando cego de tanto encanto
me afoguei nas águas do querer ser homem.

Cativei pessoas e as deixei na estrada
adotei 100 cães e os pus pra fora
sucumbi ao germe da infelicidade
e busquei a fúria como verdadeira.

Não tenho história certa pra contar
às vezes me sinto como um devaneio
um homem que veio sem necessidade
viver num mundo que não é seu meio.

Um homem que vive com o seu veneno

um grande patife, patético, demente
desmesurado e farto de tanta tolice
que sonha à noite que às vezes é gente.
(Eunápolis/Ba-19Fevereiro1999/15:14hs)


(Fonte: Poema - Autoria de TõeRoberto)
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