quinta-feira, 19 de junho de 2008

CÁLCULO

POESIA: O INVENTÁRIO DAS ROTAS

Calculo o tempo sem tempo
atrasado para o meu encontro com a tarde
trabalho rápido
computadores em fogo
e legiões de mensagens elétricas
aos turbilhões me esmagando
e eu corro
preciso calcular o tempo
o tempo ágil e complexo
interposto entre mim e minhas paixões
meus delírios de poeta
distúrbio matemático das teclas
dos Bios, Hds e Drivers
peças do coração eletrônico
que afoitamente bate em meu peito
de matriz passiva
incolor
com 60 tons de cinza
e um vermelho escorrido
como um quadro inacabado
de um artista de sarjeta
nomeado por mim de impostor
de vírus insaciável da alma
do cálculo matemático do tempo
que é preciso calcular
antes do meu encontro com a tarde
mas é tarde
os megas dos meus sonhos se acabaram
e o tempo
maldição da eternidade
teima em não aceitar o cálculo
e cai
t
e
m
p
o

letra por letra no fundo incomensurável
da tela da agonia do meu ser moderno
extremo resplendor da raça
enterrada na CPU irrequieta
de um ACERNOTE sem amor
de um ACERNOTE sem paixão
de um ACERNOTE sem perdão
para com o meu tempo incalculável
para com o meu encontro com a tarde
última razão de existir
prova concreta que estou vivo
e fora dos mecanismos amorfos
de um tempo sem fronteiras
entre o coração e a máquina.
(Santos/Sp-21abril1995/12:24hs/Sexta-Feira)


(Fonte: Poema - Autoria de TõeRoberto)
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